Passar o dia com sono pode ser narcolepsia ou hipersônia


Responda as seguintes perguntas, mentalmente: Você é daqueles que sente sono durante o dia ou enquanto faz alguma atividade corriqueira? Precisa tirar um cochilo periodicamente para poder produzir? Sente sono enquanto deveria estar acordado? Pode ser conversa de preguiçoso, mas o que poucos sabem é que sonolência e preguiça durante o dia podem ser preocupantes, sendo caracterizados como narcolepsia e hipersônia, ambos, distúrbios do sono.
De acordo com Carolina Carmona, especialista em medicina do sono, os diagnósticos desses distúrbios não são muito fáceis de serem detectados. “A dificuldade em constatar os problemas é que eles podem ser naturalmente confundidos com uma preguiça ou sonolência em demasia, ainda que a pessoa durma bem durante a noite”, explica.
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No meio social, por exemplo, os portadores dessas síndromes são tachados pelos familiares ou amigos como preguiçosos, e desenvolvem consequente dificuldade na carreira profissional e no desenvolvimento de atividades sociais. “Em contrapartida, o indivíduo nem sempre sabe que é portador da doença, por isso, nesses casos, é fundamental o apoio psicológico e, claro, a busca por tratamento”, alerta a especialista.
É importante ressaltar que a única diferença entre narcolepsia e hipersônia é que, neste último, a sonolência não é súbita, como acontece em um quadro de narcolepsia, com a cataplexia (súbita perda da força e controle muscular).
Ainda que não sejam consideradas doenças graves, estes distúrbios são alarmantes, afinal, tendem a acontecer a qualquer momento e em ocasiões inusitadas, entre elas, enquanto a pessoa está dirigindo um automóvel, operando máquinas ou cozinhando, por exemplo. “E isso, com certeza, é preocupante, já que se trata de situações em que o indivíduo está concentrado em uma atividade e extremamente vulnerável”, esclarece Carolina.
Apesar de estarem ligadas ao sono, a narcolepsia e a hipersônia apresentam algumas diferenças. Abaixo, você confere as causas e tratamentos para cada distúrbio.
/ Narcolepsia 
O que é  Um distúrbio do sono que se caracteriza pelo excesso de sonolência durante períodos diurnos, mesmo quando você tenha dormido normalmente à noite.
Sintomas Sonolência diurna excessiva e cochilos em situações impróprias ou inadequadas. Além disso, se você sobre de narcolepsia pode apresentar alucinações que se assemelham a sonhos, antes de acordar. Essas alucinações podem envolver visão, audição e também outros sentidos do corpo humano. Você pode não conseguir se mover assim que acorda ou quando começa a dormir. Em casos mais graves, pode cair e ficar paralisada por até vários minutos.
Causas Podem ser tanto genéticas quanto externas, e podem ir desde a alteração no equilíbrio existente entre neurotransmissores do cérebro até estresse.
Tratamento Algumas medidas comportamentais como seguir horários regulares para atividades do dia-a-dia, evitar situação de privação de sono noturno e, sempre que possível, tirar cochilos programados de 15 a 20 minutos, duas ou três vezes durante o dia, para facilitar o controle da sonolência diurna. O tratamento farmacológico também é indispensável, mas sempre sob prescrição e orientação médica especializada. Infelizmente, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Neurológicas (EUA), a narcolepsia ainda não tem cura e estima-se que 1 a cada 3 mil pessoas tenham o problema.
/ Hipersônia
O que é Aumento absoluto das horas de sono, chegando a 25% a mais do que o normal. Em casos extremos, as pessoas que sofrem desse distúrbio podem cair no sono a qualquer momento, inclusive enquanto estão fazendo atividades cotidianas.
Sintomas Sonolência excessiva por pelo menos 1 mês (ou menos, se recorrente), evidenciada por episódios de sono prolongados ou episódios de sono diurno que ocorrem quase que diariamente. Além disso, sente dificuldade de concentração e raciocínio, falta de energia para as atividades dos dia-a-dia e alterações neuropsicológicas e cognitivas.
Causas Anemia, alterações de nível hormonal, e uso de antidepressivos, medicações antináusea, analgésicos e sedativos.
Tratamento Pode ser feito com mudanças em certos hábitos como, por exemplo, estabelecer horários fixos para dormir e acordar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína (especialmente à noite) e preparar melhor o ambiente do quarto na hora de dormir, cortando televisão e luzes muito fortes.
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